Ecologia e fumantes, tal qual na física: dois “corpos” não ocupam o mesmo espaço

Antes que algum fumante despeje sua cólera por intermédio de uma verborréia desenfreada, já vou logo dizendo: fui fumante por 27 anos… cóf! cóf! 

Desde que criei este blog fui, claro, lidando com diferentes assuntos relacionados ao meio ambiente e aprendendo dia a dia um pouco mais sobre o assunto. Fui também descobrindo pessoas que realmente se preocupam com o planeta e como sua empresa ou seu negócio prejudicam ou contribuem em todo esse processo de conservação ambiental. Tem muita gente consciente e de ação, ainda bem. 

Mas tem também muita gente que se diz preocupada com o planeta, adora “dar uma retuitada” em assuntos deste tema ou compartilhar no Facebook (o que é importante e louvável) mas, porém, não olha para dentro de sua própria vida e não corrige hábitos nada saudáveis: seja para o planeta, seja para sí próprio (o que na realidade é a mesma coisa!).
E confesso: eu era um desses aí….

Que adianta informar, conscientizar os outros, se você mesmo está se poluindo? Com qual autoridade você escreve sobre emissão de CO2 se está com um cigarro aceso na boca? E eu fumava 20 por dia.

Completei hoje 18 meses sem fumar, o que em uma conta rápida significa ter deixado de fumar 10.800 cigarros: isso é coisa pra suicida ou não é? Não tenho mais vontade de fumar, mas os primeiros 3 meses foram difíceis. Não usei chicletes ou adesivos de nicotina: passei no supermercado e fiz um estoque de tudo quanto é porcaria doce e salgada e, mais importante, muita água.

Não existe fórmula para largar o vício, é preciso ter força de vontade no início, depois começa a ficar fácil, eu garanto!

Antes de tentar salvar o planeta, a Amazônia, índios ou um mico Leão Dourado qualquer, salve-se primeiro. No que é relacionado ao meio ambiente simplesmente não é possível a máxima do “faça o que digo, não o que faço”, ela não se aplica. Você não é capaz de contribuir para um planeta melhor se não fizer o mesmo por você, pela sua casa. Fumar, não separar o lixo, desperdiçar água…. coisas mínimas para serem corrigidas em primeiro lugar. Se não conseguir isso, não será capaz de salvar uma árvore sequer. 

Se você é fumante, vai por mim: pare de fumar ontem mesmo! O planeta sofre esperando eternamente um grupo de países decidir se devem ou não diminuir as emissões de CO2. Seu corpo sofre esperando a sua atitude de apagar o cigarro… mas você não precisa de um protocolo de Kyoto, ou de uma Rio+20 né? Decida-se e viva!

Já quanto ao planeta, um acordo entre países para diminuir a emissão de CO2 ou salvar o pouco de florestas que nos resta parece ser mais complicado…. mas você decidir parar de fumar não é. Basta, sim, querer (para salvar o paneta também, mas nossos dirigentes não se deram conta disso ainda).

 Publiquei este artigo em 21/04/2012 –  atualizando hoje, 17/11/2014 – então hoje são 18.000 cigarros que deixei de fumar (e sem cóf, cófs!)

COP18 prorroga o Protocolo de Kyoto e abre caminho para acordo global em 2015

aquecimento globalO Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou no sábado (8) a prorrogação do Protocolo de Kyoto, resultado da 18ª Conferência das Partes (COP18) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) em Doha, no Qatar. Para ele, a decisão abre caminho para um acordo global juridicamente vinculativo em 2015.

“O Secretário-Geral acredita que ainda há muito a ser feito e pede aos governos, junto com empresas, sociedade civil e cidadãos, que acelerem a ação no campo, de modo que o aumento da temperatura global possa ser limitada a 2º Celsius”, afirmou um comunicado emitido pelo porta-voz de Ban. O aumento da temperatura para além do estabelecido internacionalmente pode causar sérios impactos climáticos.

Na declaração, o chefe da ONU acrescentou que vai aumentar seu envolvimento pessoal nos esforços “para elevar a ambição, aumentar o financiamento do clima e envolver os líderes mundiais uma vez que agora avançamos para o acordo global em 2015″.

Fonte: onu.org.br

ONU apresenta campanha ‘O futuro que queremos’ para a Rio+20: participe!

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, a campanha “O futuro que queremos” para começar a promover o encontro Rio+20, conferência sobre desenvolvimento sustentável que será realizada em 2012 na capital fluminense, 20 anos após a ECO-1992. A partir do evento desta segunda-feira, as Nações Unidas irão desenvolver ações no mundo todo para conscientizar as pessoas sobre a importância da conferência de 2012 para os próximos anos. Por isso foi escolhido o tema “o futuro que queremos”.

A ONU espera que chefes de estado dos 193 países membros participem da Rio+20 no ano que vem. A ação lançada nesta segunda-feira, no entanto, pretende mobilizar outro público: a sociedade civil. Qualquer pessoa, de qualquer lugar poderá enviar mensagens escritas, cartas, desenhos e vídeos para a ONU por meio do site www.futurewewant.org ou para a sede do Centro de Informações das Nações Unidas (Unic) no Rio de Janeiro. Todos os participantes deverão dizer, em suas mensagens, qual é o mundo que desejam ter nos próximos 20 anos.

Este material será coletado e utilizado para montar vídeos que serão exibidos durante a Rio+20, em junho de 2012. A ideia dos organizadores da conferência é fazer as pessoas refletirem sobre a realidade atual do meio ambiente e, também, fazer com que pensem como será possível melhorar a qualidade de vida na Terra sem degradá-la.

Na apresentação oficial da campanha Rio+20, o subsecretário-geral para comunicação e informação das Nações Unidas, Kiyo Akasaka, disse que as nações não estão realmente comprometidas em preservar o meio ambiente. “Líderes de países desenvolvidos não estão levando a sério a questão do meio ambiente. Muitos países ainda não implementaram os compromissos assumidos no Protocolo de Kyoto”, afirmou.

Segundo Akasaka, negociadores dos estados membros das Nações Unidas irão se reunir já a partir de janeiro de 2012 para definir um documento oficial para a Rio+20. Essas reuniões serão feitas mensalmente. Ele já adiantou, contudo, que defende a necessidade de metas mais concretas para os países para preservar o equilíbrio natural do Planeta.

Representante do Itamaraty no evento, o embaixador Tovar Nunes afirmou que o Ministério das Relações Exteriores “já tem feito esse exercício de engajamento da sociedade civil”, por meio de reuniões em que representantes da sociedade se manifestam sobre as políticas que devem ser seguidas para o desenvolvimento sustentável.

Fonte: ANBA

Cooperativas ganham incentivo para projetos verdes

Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Embrapa e a OCB fizeram acordo para incentivar projetos que geram créditos de carbono dentro de cooperativas brasileiras.

Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Embrapa e a OCB fizeram acordo para incentivar projetos que geram créditos de carbono dentro de cooperativas brasileiras.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) assinaram no último dia 15 um acordo para incentivar projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em cooperativas.

O MDL é um mecanismo de compensação financeira incluído no Protocolo de Quioto que permite o comércio de créditos de carbono gerados em projetos que reduzam a emissão de gases de efeito estufa. Os projetos de MDL são validados por regras da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos governos, no caso brasileiro, por meio da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima.

Com o acordo, as cooperativas terão acesso à capacitação técnica para elaboração dos projetos, transferência de tecnologia e apoio na busca por financiamento. De acordo com o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, existem projetos piloto em andamento e cooperativas habilitadas para receber apoio técnico e começar a lucrar no comércio de crédito de carbono.

“Temos exemplos de projetos de MDL em cooperativas com a coleta e o tratamento de dejetos de suínos, que emitem muito CO2 [dióxido de carbono] e outros que trabalham com a reposição de Mata Atlântica”.

Fonte:Agência Brasil/ANBA

Até aonde vai a paciência com reuniões do clima?

Gatos escaldados, depois do banho de água fria que tomaram em Copenhague, negociadores e a própria secretária-executiva das Nações Unidas para o Clima, Christiana Figueres, falam em “resgatar confiança” e “encontrar denominadores comuns” em Tianjin, na China.

A reunião curta é a última chance para os mais de 3 mil participantes tentarem aparar as arestas mais pontudas antes do encontro de Cancún, no México, entre 27 de novembro e 10 de dezembro.

Na chamada COP 16, mais uma vez, o mundo voltará a se lembrar que enquanto a ciência é cada vez mais clara sobre os riscos das atuais emissões de carbono desenfreadas, o único plano para controlar o problema – o Protocolo de Kyoto – está dando os seus últimos suspiros. A partir de 2012, não temos mapa.

Leia mais:

BBC Brasil – Planeta e Clima – Planeta & Clima: Até aonde vai a paciência com reuniões do clima?.

Com a recuperação gradual da camada de Ozônio, o Protocolo de Montreal é exemplo a ser seguido

Fez 23 anos, na semana passada, o Protocolo de Montreal. Hoje, talvez pouca gente se lembre dele, mas na década de 80, falava-se do buraco na camada de ozônio sobre o Pólo Sul como hoje se fala de mudanças climáticas.

Era um desafio imenso. E uma ameaça.

Praticamente todos os aerossóis e vários produtos usavam os chamados gases CFCs (clorofluorcarbonos), que destroem o ozônio na atmosfera. Como resultado, cientistas descobriram que esse filtro fundamental para a saúde do planeta – particularmente a nossa – estava desaparecendo.

O primeiro passo foi um tratado multinacional, que abrange todos os países-membros das Nações Unidas, e que aos poucos foi sendo aprofundado e implementado nacionalmente para reduzir localmente o consumo e produção de CFCs.

Leia mais:

BBC Brasil – Planeta e Clima – De Kyoto a Montreal, via Cancún.

Impasse entre países ricos e emergentes ameaçam acordo pós-Kyoto no G8

Enquanto discutem minuciosamente soluções para acabar com a crise econômica, a questão do aquecimento global parece ser uma ficha que ainda não caiu junto aos integrantes do G8.

Além de termos atualmente o tratado de Kyoto que, além de não ser respeitado, termina em 2012, a discussão quando à um acordo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa permanece em um impasse indecente. A China e India estão relutantes em aceitar metas concretas de emissões de carbono na atmosfera pois isso, a princípio, significaria um freio ao seu desenvolvimento (claro que nem consideraram soluções alternativas). Os países mais ricos se comprometem a reduzir em 80% as emissões de gases até 2050 desde que o resto do mundo se comprometa em reduzir as emissões em 50%.

A reunião acontece na Itália e, pelo visto, vai ser difícil o mundo ser agraciado com um acordo prático e eficaz. Pior, o consenso é que a redução das emissões de gases é considerado essencial para que o mundo evite o aumento das temperaturas médias em mais de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, considerado o ponto crítico após o qual as consequências das mudanças climáticas seriam irreversíveis… Oras! Os USA divulgaram em relatório (vide aqui) que o aquecimento já é irreversível, isso quer dizer que o acordo está sendo estudado e será firmado em bases não satisfatórias para que realmente resulte em benefício ao planeta.

Os céticos que nos perdoem mas antes de 2050 nossos filhos e netos vão estar, com certeza, tendo dificuldades em achar o que sobrou de uma faixa de areia em nossas praias para poderem caminhar sob o glorioso e “escaldante” sol de verão.

Será que o G8 deu uma olhada nas fotos da NASA divulgadas ontem? Veja a matéria abaixo: